Noemi era uma israelita casada com Elimeleque e tinha dois filhos, Malom e Quiliom. Elimeleque e sua casa saíram de Israel na época dos juízes por causa da grande fome que se alastrou por toda a terra dos hebreus e foram para Moabe, uma terra estranha, com deuses estranhos, mas onde havia alimento e água. Foi um erro.
Logo Elimeleque morreu e Noemi ficou viúva. Ficar viúva hoje em dia nem se compara a ficar viúva nos dias de Noemi. A previdência social paga pouco, mas paga e naquela época nem se falava em pensão, previdência ou amparo, a política era do morreu, adeus, nenhum governo se responsabilizava pelas viúvas. Somente a lei mosaica fazia menção às viúvas e destinava as espigas que caiam na hora da colheita para os órfãos, viúvas e estrangeiros, um arremedo de amparo, mas era melhor que nada.
Depois da morte de seu marido, Noemi continuou em Moabe, porque ela tinha dois filhos casados com moabitas, mas o pior aconteceu e morreram os dois filhos de Noemi. Agora eram três viúvas desamparadas.
Não havia outra alternativa a não ser voltar para Israel e Noemi se pôs a caminho com suas duas noras Rute e Orfa. No caminho Noemi ponderou com as noras que era melhor elas voltarem para suas famílias, sua terra e seu deus Moloque. Orfa voltou, porém Rute disse a frase que é muito usada por pessoas desavisadas em cerimônias de casamento:“Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus.”(Rute 1:16). Pronto. Rute fez sua confissão de fé no Deus de Israel e Deus aceitou, tanto é que ela e Raabe são as únicas mulheres mencionadas na genealogia de Jesus.
Pelo que se deduz do texto, Noemi deu bom testemunho do Deus de Israel, porque Rute resolve seguir o Deus de Noemi. Quando elas chegaram a Belém, terra de Noemi, o povo todo se reuniu ao redor delas, afinal era uma novidade e naquela época quase não acontecia nada de interessante nas aldeias de Israel. Eles quase não reconheceram Noemi e perguntavam uns aos outros: “Não é esta Noemi?” (Rute 1:19).
Noemi estava muito diferente de quando deixou seu povo, era agora uma mulher entristecida pelas perdas e vazia de bens e beleza e ela disse aos seus conterrâneos:“Não me chameis Noemi (que significa amável); chamai-me Mara (que significa amarga); porque grande amargura me tem dado o Todo-Poderoso. Cheia parti, porém vazia o SENHOR me fez tornar; por que pois me chamareis Noemi? O SENHOR testifica contra mim, e o Todo-Poderoso me tem feito mal.” (Rute 1:20-21).
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